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sexta-feira, 27 de maio de 2011

REFLUXO GASTROESOFÁGICO. O QUE DEVEMOS SABER?

Regurgitação em bebês: tire as suas dúvidas

O refluxo gastroesofágico é uma das principais causas de consultas ao pediatra juntamente com a dor abdominal e constipação intestinal crônica. O gastroenterologista pediátrico, Mauro Toporovski, professor em Pediatria e responsável pela Disciplina de Gastroenterologia Pediátrica da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, esclarece as principais dúvidas sobre o refluxo e oferece dicas para as mamães.
1) O que é o refluxo gastroesofágico?
O refluxo é o retorno do conteúdo do estômago ao esôfago. Esse evento, caracterizado por regurgitações, é comum nos primeiros meses de vida com tendência de resolução espontânea até o final do primeiro ano. Parte dos casos que se apresentam com regurgitações excessivas, vômitos e dificuldade alimentar traduzem o que chamamos de doença do refluxo gastroesofágico. A mesma deve ser reconhecida e tratada, pois pode acarretar perda de peso, anemia e complicações respiratórias ou otorrinolaringológicas.
2) Em qual faixa etária ocorre o refluxo gastroesofágico?
R: O refluxo é muito comum em recém-nascidos e se resolve de forma espontânea a partir de um ano de idade.
3) O refluxo é considerado normal?
R: O refluxo pode ser considerado fisiológico (normal) ou patológico (anormal). A regurgitação ocasional não causa prejuízo ao bebê. A criança regurgita uma pequena quantidade de leite após as mamadas e continua engordando normalmente. Já o refluxo patológico é acompanhado por outros sintomas como desaceleração do ganho de peso, choro excessivo, problemas respiratórios como chiado no peito, laringite, otite, sinusite, entre outros. Nesse caso, é preciso procurar um pediatra para que o bebê receba o tratamento médico adequado.
4) Qual é a causa desse problema?
R: O refluxo ocorre devido à distensão do fundo do estômago, associada ao mau funcionamento do esfíncter (anel muscular) do esôfago, que apresenta maior número e duração de relaxamentos transitórios, ocasionando a volta do leite à boca. Na maioria dos recém-nascidos esse esfíncter relaxe-se com maior freqüência após as refeições ou se abre com facilidade, causando a regurgitação.
5) Qual é a diferença entre regurgitação e vômito?
R: A regurgitação é o retorno à boca de pequena quantidade de conteúdo gástrico, sem esforço. Já o vômito geralmente se acompanha de náusea e de contração muscular abdominal.
6) Como diagnosticar o refluxo?
R: Deve-se observar a freqüência e a quantidade regurgitada, a presença de vômitos, a falta de ganho de peso e o aparecimento de problemas respiratórios. Quando esses sintomas estão presentes deve ser iniciada a investigação para refluxo gastroesofágico. O exame radiológico contrastado do trato digestivo alto é um dos mais solicitados, porém não é sensível e específico para firmar o diagnóstrico. Em princípio, quando o quadro clínico é leve e não afeta a progressão do peso do bebê, inicia-se o tratamento sem realização de exames complementares.
7) Como deve ser o tratamento de bebês com refluxo?
R: De acordo com o Grupo de Trabalho sobre Refluxo Gastroesofágico da Sociedade Européia de Gastroenterologia e Nutrição Pediátrica (ESPGAHN), o espessamento da dieta é o procedimento de maior eficácia para o alívio da regurgitação. Em bebês que não são amamentados com o leite materno e possuem o refluxo leve, é indicada a fórmula infantil AR (anti-regurgitação), por ser mais espessa, reduz o número de refluxos e garante bem-estar ao bebê. Outra dica é a alimentação fracionada: volumes pequenos, várias vezes ao dia e elevação do berço, formando um ângulo de 30º graus. As posições preferenciais são deitar a criança do lado esquerdo e de bruços Quando o refluxo é moderado e grave, é necessária a prescrição de medicações e cuidados extras no dia-a-dia.
8) O que fazer quando o bebê mama no peito e sofre de regurgitação?
R: É possível reduzir a regurgitação por meio de algumas medidas simples como colocar o bebê para arrotar com maior freqüência durante e após a mamada; deixá-lo com a cabeça mais elevada (sentadinho) e movimentá-lo o mínimo possível após a refeição. Colocar a criança deitada de lado com elevação do berço, e não usar roupas apertadas são outras medidas para reduzir os sintomas. Geralmente, essas medidas posturais associadas ao aleitamento materno são suficientes para diminuir a regurgitação.
9) Quais são as dicas para garantir o bem-estar aos bebês com refluxo?
R: Em linhas gerais, as principais dicas são as seguintes
* Deixe a criança no colo até ela arrotar
* Evite chacoalhar a criança após as mamadas
* Não pressione o abdômen do bebê
* Utilize fórmulas AR (anti-regurgitação), sempre que recomendado pelo pediatra
* Não deixe a criança no bebê-conforto por muito tempo, pois essa posição favorece a regurgitação
* Coloque a criança para dormir com berço inclinado, quando necessário

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